Dos conceitos distorcidos eu sou o filho,
dos antagonistas vencidos eu sou o pai.
Sou a seita dos órgãos transplantados,
levedo dos pensamentos inacabados.
Sou o tempo do teu próprio tempo,
Senhor do teu esquecimento!
Sou a sombra que invade,
sob a luz que se expande...
Fui concebido pela boca do covarde
e abortado pela glória do valente.
Das estrelas sou a constelação,
dos inertes sou a consternação...
Meu nome são todos os nomes,
sou a cegueira nos olhos dos homens.
Tempestade que precede a calma,
sou o solstício que anoitece a alma.
E muitos me têm por presságio...
Navegantes à deriva em seu próprio naufrágio.
Sou a indefinição da teoria,
Plano de fundo da sabedoria.
Ao fim, sou o tudo e o nada!
Como uma paisagem desbotada...
Fecho os olhos enquanto lamento,
essas tantas palavras jogadas ao vento.
Antônio Piaia
;)
ResponderExcluir