terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Prólogo do Tempo


Tempo...Tempo...Tempo...
És tu o culpado por eu estar assim,
triste, solitário, amargo, velho.

Se tivesses parado ao menos uma vez,
talvez eu pudesse te acompanhar.
Mas tu, sempre apressado,
não pode esperar...

Mas agradeço-te eternamente,
por me deixar lembranças.
Foi bom ter amigos,
e foi bom ter amado alguém...

Mas tempo, se tu não tivesses tanta pressa...
Levou tudo o que me fazia sorrir,
mas esqueceu de levar contigo minha dor.

Tempo...Tempo...Tempo...
És tu que reges a vida, com triste melodia,
sem parar vai levando tudo.

Leva a beleza das mulheres,
leva a força dos homens,
leva a juventude das crianças...

Tempo...Tempo...Tempo...
Vai agora e segue teu rumo,
e se um dia me encontrar,
perdido pelo caminho...

Não se preocupe em estender a mão,
pois só estou atrás do que me levou embora.
Tempo...Tempo...Tempo...

Antônio Piaia

Cartões Postais


Não me dizem nada.
Meros instrumentos da vaidade humana,
Servem para quê? Inúteis cartões postais.

Nada tão significativo.
Mais um pedaço de papel pra entupir gavetas,
Sem utilidade alguma! Fúteis cartões postais.

Nunca enviarei à ti.
Mesmo que espere afoita durante as manhãs,
Um pensamento vale mais que mil postais.

Malditos cartões postais...
Não me dizem nada.
Absolutamente nada.


Antônio Piaia