quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Vespertino em Agonia



Obra Por: Angelo Bissacotti Brum




Diante à moribunda madrugada, incontáveis corpos emergiam, aglomerados uns sobre os outros devoram a si mesmo desesperadamente...


Incontáveis eternidades hão de passar pisoteando uns aos outros na espera de um céu, na incerteza de um inferno...



Texto Por: Antônio Piaia


Eternal Sunshine of the Spotless Mind

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças




Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.


Esse filme está na lista dos melhores filmes que já vi em toda a minha vida, através desse filme eu tive uma compreensão um pouco maior sobre os sentimentos que guardamos dentro de nós mesmos... Em certos momentos, guiados por sentimentos aversívos como raiva, angústia e medo, pensamos que a melhor rota de fuga é o esquecimento, desejamos poder apagar tudo da memória, sem ter consciência que assim perderíamos também as boas memórias que somos capazes de cultivar ao longo da existência, então... Assistam, sintam e reflitam!



DADOS DO ARQUIVO
Gênero: Drama/Ficção Científica/Romance
Origem/Ano: EUA/2004
Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR (embutidas)
Qualidade: DVDrip
Duração: 108 min
Tamanho: 350 MB
Servidor: Rapidshare (4 partes)

Links:


Novidades



E ai pessoal, quem tem acompanhado as atualizações do verso já deve ter percebido que o blog anda com uma cara nova, agora além dos poemas de sempre, vou estar postando aqui alguns álbuns, filmes e algumas resenhas... Além disso estarei colocando à mostra o trabalho artístico de meu camarada Angelo Bissacotti Brum, onde estarei fazendo uma breve interpretação de seu trabalho à partir do meu ponto de vista e deixando espaço para que vocês que acompanham o verso possam tirar suas próprias conclusões sobre os intrigantes trabalhos do nosso artista... Então é isso, em breve mais novidades, até a próxima!

A Barca do Sol - Durante o Verão (1976)



A Barca do Sol foi uma banda brasileira de rock progressivo formada em 1973 no Rio de Janeiro como banda de apoio do músico Piry Reis, mas acabou tendo vida própria, sendo um dos grandes expoentes da música brasileira em sua época.
No seu segundo trabalho A barca do Sol trouxe elementos do rock progressivo típico dos anos 70, mas com uma roupagem que mesclava sons típicos do nosso país com instrumentos eruditos como a flauta transversal, violões dedilhados, percussão e o violoncelo de Jacques. Deixo uma letra deste álbum em homenagem ao meu irmão de alma e mentor espiritual Francisco Weber... Refresquemos nossos temores numa Brahma meu velho boêmio!


Os Pilares da Cultura


Não puxe a arma,
Não faça drama,

Procure manter a calma,
Nã, não voa!

Não cuspa fora,
Não perca o sono,
Prefira sempre a balada,
Uma gelada!

Não force a barra,
Não gaste a grana,
Evite cair no gôto,
Do esgoto!!

Não abra o frasco,
Não perca sangue,
Refresque seus temores numa Brahma!

Não abra o verbo,
Não queime a cama,
Quero que você esqueça deste inferno!!





Fios de Cabelo



Cria laços e te perde nas entrelinhas,
Pois é imperioso que temos que nos perder,
A fim de encontrar algum sentido nessas linhas,
Arruma tua casa, pois eu quero te ver...


Arruma-te moça e alisa teu cacho,
Linda morena, por ti meu coração luta,
Minha pequena, contigo não olho pra baixo,
Tens o cheiro das ervas, tens o gosto das frutas.


E é doce, pequena morena,
Ah, que saudade... Ah, que vontade...
Vou beber teus lábios em piracema,
Viver sem ti é somente a metade...


Vai sorrir de meu sono,
No silêncio e na morte,
Vai gozar do outono,
Pequena morena debochas da sorte!


Pequena morena, teu rosto...
Coisinha pequenina eu sei que chora,
Engole esse choro e sorri com gosto,
Pois quem te ama jamais ousa ir embora!




                                                                    
                                                                               Antônio Piaia

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Deixa eu viver minha utopia!



Durante alguns dias estive imerso em uma série de dúvidas sobre os mais diversos temas, em uma discussão com uma professora de filosofia tive a oportunidade de deixar escapar algumas idéias... Falava-mos sobre as bolsas e cotas um assunto que ainda é polêmico e que no meu singelo ponto de vista sempre vai dar pano-pra-manga... Pois bem, me posicionei a favor das bolsas enquanto a maioria dos meus colegas se posicionou contra, fazendo duras críticas ao nosso governo atual, não sou um defensor, muito menos um "paga-pau" do Lula, o governo como todos os outros é um governo falho, mas retornemos as bolsas e cotas... Sou negro, classe média-baixa, e cotista em uma universidade privada, isso justificaria todo o meu ímpeto defensor pelos fracos e oprimidos? Não! sejamos francos, seja franco com você mesmo... Os negros não são um povo estigmatizado? Não foram eles que ergueram a sociedade tijolo por tijolo, enquanto os outros ficavam com a bunda colada em poltronas estofadas bebendo vinhos italianos? Em um regime neo-liberal como o nosso acredito que o mínimo que se pode fazer é isso; ai você vem e me pergunta: mas bolsas e cotas não são medidas provisórias? Sim, são medidas provisórias, não devemos nos contentar com elas, mas eu acredito que seja uma forma de tentar resgatar algo que há muito estava perdido, a igualdade dentro da sociedade.
Então alguém vem e diz: pra isso que temos as universidades federais, pra que todos tenham a oportunidade a um ensino de qualidade... Não sou tão idiota a ponto de questionar a qualidade do ensino, mas questiono as "oportunidades", um vestibular não é uma forma de segregação? não é mais uma forma de excluir e separar a sociedade? Agora se você ai ainda pensa que esforço e dedicação vão te garantir uma vaga em  uma universidade federal, desculpa meu camarada mas isso não vai acontecer. Se você trabalha o dia inteiro ou cuida da sua mãe doente, ou desvia de tiroteios no bairro onde você mora, me diga com franqueza amigo, você tem estrutura psicológica e social para passar na federal? Salvo gloriosas excessões as quais eu chamaria de "X-MEN", acredito que a maioria vá me responder NÃO. Anteriormente falei do povo negro como um povo estigmatizado, vou ir um pouco mais além e dizer que a nossa sociedade toda é estigmatizada.

Vivemos em uma sociedade de valores invertidos, a mídia tem o papel de te fazer sentir um saco de bosta, se você não consume você está fora, se você não acompanha as tendências você é um alienado, e quer saber mais? Isso tudo se tornou uma coisa tão normal que enquanto estou aqui fazendo esta dura crítica bebo Coca-Cola e fumo Malboro, irônico não? Na verdade patético e vergonhoso.
Ouvi da mesma professora que o comunismo era uma utopia, confesso que na hora aquilo me deixou puto, mas durante a noite refleti e vi que ela tinha razão, sabe por que o comunismo é uma utopia? Pois passamos o tempo inteiro exercendo a nossa individualidade... Passamos o tempo inteiro conjugando a vida na primeira pessoa do singular "Eu"... Eu... Eu e Eu novamente... Como se manteria um regime que prega o coletivo em primeiro lugar? Uma lástima que tenhamos nos tornado tão egoístas, e a cada dia que passa nos escondemos mais dentro dessa invenção do eu. Deixamos a nossa sociedade distorcer tudo o que Maquiável ensinou sobre política, Foucault falava em relações de poder, onde foi parar todo esse poder? Entregamos nas mãos poluídas de governantes corrompidos... Mas eu ainda acredito que o poder está por aí... Me diga então, o que pretende fazer com o seu poder?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

I'am a cyborg, but that's ok




Uma garota que pensa que é uma combatente ciborgue é internada em um hospital, onde encontra outros psicóticos. Eventualmente acaba se apaixonando por um homem que pensa que pode roubar a alma das pessoas. Filme de um dos nomes mais respeitados/comentados do cinema internacional hoje, o coreano Park Chan Wook, diretor de Oldboy. 



DADOS DO ARQUIVO
Formato: RMVB
Áudio: Coreano
Legendas: Português/BR (embutidas)
Duração: 107 min
Tamanho: 373 MB
Partes: 2
Servidor: Rapidshare

Links:
Parte 1

Parte 2

Homem ao Meio



Antes dos seus sapatos brancos, pés cansados do peso da velhice,
Belos anéis não escondiam mais os duros calos na palma de sua mão.

Debaixo do chapéu havia uma testa lisa, já consumida pela calvície,
Por de trás das camisas de seda e colares enrustidos, pulsava um coração.

Ninguém ouviu quando seu velho coração parou de bater,
Recostou a cabeça no meio fio e seu chapéu rolou...

E seu chapéu rolou.


Antônio Piaia

Waking Life



Após não conseguir acordar de um sonho, um jovem passa a encontrar pessoas da vida real em seu mundo imaginário, com quem têm longas conversas sobre os vários estados da consciência humana e discussões filosóficas e religiosas.
O filme é uma viagem em um mundo fictício onde o personagem principal da trama é um onironauta (indivíduo que se mantém lúcido dentro de um sonho), dentro deste universo alternativo o personagem se confronta com inúmeros pensamentos e idéias que supostamente provém dele mesmo. Além disso, o filme tem uma forte crítica social sem se tornar cansativo, a arte em cada cena é capaz de deixar qualquer um fixado em frente a tela; a trilha sonora é toda feita por um grupo chamado "Tosca Tango Orchestra" que aparece tocando logo nas primeiras cenas do filme... Sem sombra de dúvidas esse foi um dos filmes que mudou a minha vida e a minha forma de ver o mundo...




Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 1:38
Tamanho: 380 MB
Divididos em 05 Partes
Servidor: Rapidishare



Links:




Falecido em mim





Não havia um motivo plausível ou algo que justificasse o inevitável,
Simplesmente ocorreu.
Nada que explicasse sua dor, ou algo que justificasse seu rancor,
Simplesmente desapareceu.
nunca souberam a razão, ou algo que justificasse a sua solidão,
Simplesmente morreu.

Justificativa de quem da vida não espera nada... 
A não ser a morte.


Antônio Piaia

Modigliani - Paixão pela Vida



Ele revolucionou o mundo das artes como um cometa, dançando sobre as mesas, embriagado de paixão pela vida. Inspirado pelo amor e consumido pela obsessão. Ele é o famoso pintor italiano Amedeo Modigliani (Andy Garcia), um gênio criativo que viveu e absorveu a charmosa Paris do início do século 20 com uma atração incontrolável pela beleza. Sempre com a mesma intensidade, o judeu Modigliani amou a católica Jeanne Hebuterne (Elsa Sylberstein) e odiou o genial Pablo Picaso (Omid Djalili). 


Sem sombra de dúvidas um grande filme, que retrata de uma maneira poética a vida do boêmio Modigliani, o filme possui algumas contradições com a vida real do pintor, mas ainda assim é uma obra prima...


DADOS DO ARQUIVO
Gênero: Drama
Origem/Ano: FRA/2004
Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR (embutidas)
Duração: 128 min
Tamanho: 379 MB
Servidor: Rapidshare (4 partes)



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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Finitude do Ser


Porque um dia hão de enterrar-te,
Sob a espessa camada do esquecimento.
A silenciosa ramagem fria será o alento,
Mais nada haverá de sobrar-te.

Tecerás uma coroa com raízes e cabelos.
Sobre a tua face sementes germinarão.
E no vão da memória, paradoxalmente,
As flores no teu peito murcharão.

Em teu corpo, sinta o peso da mortalha.
Como um berço, afunda-te no seio da terra
Aceita o destino dos homens, amigo.
E faça da vida uma fantástica sala de espera.

Carlos Quadros

Finitude do Ser II


Bem sei que hei de ser enterrado,
E sem discernimento cairei no esquecimento,
Ouvindo meu silêncio sob a terra fria,
Restara-me somente um gole de solidão.

Assim, de olhos vendados e peito fadado,
Nem vi a terra me engolir, nem vi...
E fronte meu peito, sete palmos acima,
O amigo regou a flor que brotara na terra.

De ternura, repousei em minha alma,
Consciente do engano de ser eterno em matéria,
Finito na carne que apodreceu, nem vi...
Acostar-se sobre a grama a vida que deixei passar.



                        Antônio Piaia

Este poema foi inspirado na obra "Finitude do Ser" por Carlos Quadros; o meu irmão de palavras, ao ler Finitude do Ser subitamente imaginei alguém indo velar o túmulo de um precioso amigo, então resolvi escrever um pouco sobre a idéia de ser velado por um amigo, Fnitude do Ser II retrata essa visão do homem como um ser finito, mas ainda assim pleno.

Retomando as atividades...


Então... Estive sumido uns tempos, pra falar a verdade não estava com inspiração para postar mais nada por aqui, mas eis que derrepente, não mais que derrepente as coisas começaram a tomar um curso diferente e retornei a rabiscar algumas linhas... Esses dias onde me ausentei foram dias bons e foram dias ruins, foi um período onde o que era novo e atraente, tornou-se banal e fútil, foi nesse período também que aprendi o verdadeiro valor de alguns sentimentos que estavam ausentes em mim até então...

Dedico meu retorno aos pouco, porém valiosos amigos que tem me feito muita falta e a minha mãe que está longe, mas sempre aqui do lado de dentro do peito.