segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Finitude do Ser II


Bem sei que hei de ser enterrado,
E sem discernimento cairei no esquecimento,
Ouvindo meu silêncio sob a terra fria,
Restara-me somente um gole de solidão.

Assim, de olhos vendados e peito fadado,
Nem vi a terra me engolir, nem vi...
E fronte meu peito, sete palmos acima,
O amigo regou a flor que brotara na terra.

De ternura, repousei em minha alma,
Consciente do engano de ser eterno em matéria,
Finito na carne que apodreceu, nem vi...
Acostar-se sobre a grama a vida que deixei passar.



                        Antônio Piaia

Este poema foi inspirado na obra "Finitude do Ser" por Carlos Quadros; o meu irmão de palavras, ao ler Finitude do Ser subitamente imaginei alguém indo velar o túmulo de um precioso amigo, então resolvi escrever um pouco sobre a idéia de ser velado por um amigo, Fnitude do Ser II retrata essa visão do homem como um ser finito, mas ainda assim pleno.

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