Ainda floresce em mim a geratriz de uma noite carnavalida,
junto dela, o sentido de um valor que se perderá no tempo...
É certa a intermitência regente que aguça a paixão já vivida,
todavia, é mais certa a inquietude acerca do inesperado sentimento.
Pois sim, se o encontro da carne com a alma precede a despedida,
pífio e com o melodrama que me resta, inclino-me ao não-beijo que pedi.
Já que sou desses de preservar os sabores para o momento da partida,
faço da sedução o dom maior que se desmancha no corpo que perdi...
Por que vens a mim com ares de melancolia e falta?
É pra fazer-me recear a promessa de um samba que não foi?
É pra recordar-me da distância, enquanto a noite segue alta?
Talvez eu busque respostas nas cartas de tarot...
Pois nesse singular carnaval de meu coração,
eu não sei se sou Harlequim ou se sou Pierrot!
Antônio Piaia
Belo lirismo meu amigo... talvez a beleza do "carnaval" seja justamente por ele nao ser o ano inteiro...
ResponderExcluirAh! essa eterna incompletude que é parte de nós...
É triste a despedida nessas ocasiões... Você escreve muito bem. Gostei do teu modo de se expressar.
ResponderExcluirGrato pelas elogias meu caro amigo! Seja bem-vindo!
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