sábado, 16 de outubro de 2010

Elegias Para Uma Criança Morta

Ao fim,
quando vem a morte acariciar o descontentamento,
num soluço materno se enraíza o pranto já sem lágrimas,
sem qualquer albumina coagulável por esquecimento...

Rogo, mais é pela mãe que a carrega nos braços,
pesados braços, caídos braços, já sem abraços...

Permitiu-se o sol, sob custódia lúgubre, anuviar-se...
Pois a ânsia divina veio em forma de garoa,
chorar por esta criança morta.

Há de amadurecer, esta criança morta,
no fruto de uma figueira...
Há de derramar no céu, esta criança morta,
no vôo da Cotovia que lhe roubar o figo...

Rogo, mais é pela mãe que a carrega nos braços,
pesados braços, caídos braços, já sem abraços...

Nenhum comentário:

Postar um comentário