Mãe perdoa esse teu filho desnaturado,
Perdoa esse menino de coração desventurado.
Mãe, essa noite decidi teu sono velar,
Talvez assim me perdoe por te fazer chorar...
Mãe, eu ainda tenho esse sonho simplório,
De não te ver chorar no dia do meu velório,
Mas mãezinha se por esse filho boêmio lacrimejar,
Enxuga teu olho, pois lá estarei eu a te esperar...
Mãezinha, me dói te ver ai velhinha...
Mas dói mais, saber que te deixei sozinha,
Quando somente eu poderia te compensar,
Não bastara Deus, teu filho ousou te abandonar...
Mas velhinha, essa noite velarei teu cansaço,
E provarei que nem tudo em mim é fracasso,
Mãe, decidi que quero ir aos vinte e poucos,
Mas antes quero gritar esses versos loucos.
Me corta o peito te ver definhando,
Saber que o sopro de vida vai se apagando...
Mas mãe, perdoa esse teu filho tão calado,
Pois essa noite ele velará a teu lado.
Antônio Piaia
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